Você não pode usar o botão direito neste documento! Tudo que puder levar: Chuva

quarta-feira, 24 de março de 2010

Chuva



“Chovendo por dentro , impossível por fora”. Eu recitava esses versos com o juízo já meio fraco. Exausto de tudo aquilo, do conflito que se prolonga e se repete indefinidas vezes, segui sorrindo. E aprendi algumas coisas, que não me elevam perante a ninguém, mas que me são úteis.

O que define um homem não são as conquistas que ele fez, mas por que as fez. Pode parecer à frase de alguém que se vê incapaz de prosseguir ou que não é bom o suficiente para isso. Talvez realmente seja, mas já não me importa, isso eu já deixei pra traz, esse receio do julgamento, abandonei.

A chuva traz noticias de longe, como uma voz rouca de entonação familiar, me conta coisas sobre as quais sonhei diversas vezes, mas de concreto nada sei.

A chuva diz o tipo de pessoa que sou, pois ela explica por que a observo tristemente, qual a razão de minhas escolhas, e discretamente em cada pingo que cai revela quem sou eu. A chuva é quase a própria metáfora materializada, em seus sons, em suas formas, nas crianças que nela brincam, nos proletários que tentam dela se proteger, ela é um murmúrio tímido em meio à vida que explode indiferente, a cada instante, enredando mortais.





Dedicado a Moizés Barros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário